14.4.13

Enxugar, faturar e sumir


Carlos M. R. Rocha

Este é o novo modelo político (não tão novo assim) das velhas estruturas jornalísticas. Clay Shirky alerta o setor de imprensa (radiodifusão e editorial) para o momento que se aproxima a galope. No artigo “Mal das Pernas”, publicado no Brasil pela ‘Revista de Jornalismo ESPM’ (Escola Superior de Propaganda e Marketing), ele aponta três alternativas para evitar o colapso nos jornais contemporâneos. Curioso é que todas as opções incluem ‘enxugamento’ das operações (e de pessoal) e nenhuma delas garante a longevidade. Entendi bem? Parece-me que ele está na borda da cacimba apontando o fundo do poço. Que loucura!
                Shirky enfatiza o tripé – veículo de comunicação, público e anunciante – como sustentáculo bicentenário do jornalismo, e da mídia em geral. Reflete sobre a mudança de paradigma que ocorre numa das bases desta estrutura (no caso o público). Coloca-o como gerador de mudanças radicais nas decisões dos anunciantes o que tem deixado veículos de comunicação estrangulados, forçando-os a  mudanças gritantes e cortes na própria carne.
O processo de mortificação pelos quais passam os meios de comunicação é eloquente e caótico. Muito recentemente vimos o episódio citado pelo blog VioMundo quanto à estimada revista (outrora esquerdista) ‘Caros Amigos’ quando demitiu mais de uma dezena de profissionais enquanto mantém a ‘pão seco’ uma penca de freelas suando mais do que são capazes de metabolizar.
Eu, enquanto público, ‘non-player’, fico lisonjeado com o poder que agora me é conferido e clamo para um modo de transformar a educação homogeneizante (nos impelindo a eliminar as diferenças) que temos hoje, em uma educação homogeneizadora (nos instigando a buscar valores comuns). - Parece que mudei de assunto? A mim não! A base de todo pensamento, e comportamento, humano repousa no que se aprende, na forma como aprende e no que se decide mimetizar. O que receio é que o atual modelo tenha a tendência a projetar a heterogeneidade do aprendizado de modo serem hipervalorizadas as idiossincrasias. Temo que a coletividade consciente seja levada a um exacerbamento das identidades trazendo o conflito como consequência. Imagino que seja preciso seguir o conselho de Shirky quando diz “...que é melhor rezar - e trabalhar...”. Penso que é preciso estimular a generosidade (e não falo da faceta econômica), a compreensão e a aceitação. O resto é obedecer aos cânones do “O Segredo” revelado no início da Era de Aquárius, a saber: 1. Imaginar; 2. Pedir; 3. Aceitar e 4. Agradecer.
Um conselho latino ‘free’: “Festina lente” (Apressa-te devagar).
Referências:
Shirky, Clay. “Mal das pernas”. In Dossiê Futuro da Mídia, pg. 31. Revista de Jornalismo ESPM, nº4,  jan/fev/mar 2013.
Byrne, Ronda. “O Segredo

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