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11.4.02

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TÓPICOS ESPECIAIS EM SOCIOLOGIA VIII

TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA

HARRY BRAVERMAN

1972


CAPÍTULO 9


MAQUINARIA

“... tal história crítica da tecnologia’ que Marx observou não ter sido escrita em seus dias, nem mesmo nossos, está em mais evidência...” pág. 162


“... O elemento fundamental na evolução da maquinaria não é a dimensão, complexidade ou velocidade de operação, mas a maneira pela qual suas operações são controladas (processadas)...” pág. 163


“... Todos os meus meios são lúcidos, meus motivos e objetivos são loucos...” pág. 178


“... A ampla gama e máquinas primitivas havia sido equipamento para fins gerais, adaptada não pra um produto em especial ou a uma operação especializada, mas para muitas operações diversas...” pág. 165

“... o controle sobre os processos mecânicos progride até que eles tornem cada vez mais automáticos, no escopo de um sistema de máquinas interligadas ou uma única máquina que abranja todo o processo produtivo e o dirija com intervenção humana grandemente reduzida.
A evolução da maquinaria a partir de suas formas primitivas, (...) pode assim ser relatada como um aumento no controle humano sobre a ação de ferramentas. Essas ferramentas são controladas, em suas atividades, como extensões dos órgãos humanos de trabalho, inclusive os órgãos sensoriais, e essa proeza é realizada por uma compreensão humana cada vez maior das propriedades da matéria – em outras palavras pelo aumento do controle científico dos princípios físicos...” pág. 167


“... A massa humana está submetida ao processo de trabalho para os fins daqueles que a controlam mais que para qualquer fim geral do ‘humanidade’...” pág. 167


“... além de sua função técnica de aumentar a produtividade do trabalho – que seria uma característica da maquinaria em qualquer sistema social - , a maquinaria tem também no sistema capitalista a função de destituir a massa de trabalhadores de seu controle sobre o próprio trabalho...” pág. 168

“... o notável desenvolvimento da maquinaria vem a ser, para a maioria da população trabalhadora, a fonte não de liberdade, mas escravização, não a de domínio, mas de desamparo, e não do alargamento do horizonte do trabalho, mas do confinamento do trabalhador dentro de um círculo espesso de deveres servis no qual a máquina aparece como a encarnação da ciência e o trabalhador como pouco ou nada...” pág. 169


“... Uma grande vantagem que podemos obter da maquinaria”, escreveu Babbage, “é o controle que ela proporciona da desatenção, indolência ou a desonestidade de agentes humanos...”
Nota de rodapé pág. 169


“... termo controle numérico advém do controle (em geral feito por um aparelho que lê uma fita perfurada) sobre os movimentos da ferramenta ou da peça por meios de números (por exemplo, 2.375 polegadas), que representavam distâncias ao longo de três eixos, e por meio dos quais a ferramenta pode ser guiada a qualquer ponto num sólido tridimensional...” pág. 170


“... A possibilidade de aplicação industrial generalizada desse como de outros sistemas de controle tornou-se realidade com a revolução eletrônica dos anos 50 e 60, que forneceram circuitos baratos e dignos de confiança como instrumentos de controle. Isto começou com o transistor, que a princípio simplesmente substituía a válvula a vácuo na base de um por uma. Já em 1960, porém, circuitos integrados combinavam transistores e outros componentes em delgadas peças de cristal de silicone, de modo que vieram a lume em larga escala circuitos integrados, desenpenhando funções de centenas de peças caras e volumosas, montadas em um único chassi...” pág. 171

“... A codificação de um trabalho é rapidamente completada quando separada da execução mecânica, e uma vez codificado ele nunca precisa ser analisado de novo: a fita pode ser arquivada e usada sempre que se quiser fabricar de novo a peça...” pág. 172

“... Vemos aqui mais uma vez o princípio de Babbage, mas agora aplicado em uma revolução técnica. O processo tornou-se mais complexo, mas este está perdido para os trabalhadores , que não sobem com o processo, mas se afundam debaixo dele. Exige-se de cada um desse trabalhadores que conheçam e compreendam não mais que o trabalhador isolado de antigamente, mas muito menos...” pág. 173


“... A gerência é assim por vezes obrigada a contentar-se em esperar até que o processo histórico de desvalorização da especialização do trabalhador exerça efeito a longo prazo, e a relativa escala de salário cai ao nível esperado, desde que a única alternativa para ela é, em muitos casos, uma luta amarga com o sindicato...” pág. 176


“... a revelação pública dos novos dispositivos é acompanhada de autocongratulações e frases filantrópicas sobre o alívio da fadiga do trabalhador, a facilidade com que são realizadas tarefas laboriosas etc. Poucos escrevem tão claramente sobre o modo como as funções são distribuídas e o efeito que isto está exercendo no mundo do trabalho como o fez Thilliez, engenheiro qu introduziu o controle numérico nas fábricas da Renault, em seu livro técnico de 1967, La Commande Numérique dês Machinesi...” pág. 177


“... Esta separação de ‘trabalho intelectual de trabalho de execução’ é, de fato, uma ‘condição técnica’ mais bem adaptada a uma organização hierárquica, mais adaptada ao controle tanto da mão como do cérebro que trabalha, mais apropriada à lucratividade, mais adaptada a tudo, exceto às necessidades do povo...” pág. 177

“... Os mais avançados métodos da ciência e do cálculo racional nas mãos de um sistema social que é antagônico às necessidades humanas nada mais produz que irracionalidade; quanto mais avançada a ciências e quanto mais racionais os cálculos, mais veloz e calamitosamente esta irracionalidade é engendrada...” pág. 178



“... Cada avanço na produtividade reduz o número dos trabalhadores realmente produtivos, amplia o número dos trabalhadores que ficam disponíveis paras serem utilizados nas lutas entre empresas pela distribuição do excedente, aumenta a utilização do trabalho em empregos ociosos ou nenhum emprego, e dá a toda sociedade a forma de uma pirâmide invertida e que repousa em uma base cada vez menor de trabalho útil...” pág. 179


“... ferramentas manuais elétricas: o nível mais baixo de mecanização pág. 180


“... a eliminação progressiva das funções de controle pelo trabalhador, tanto quanto possível, e a transferência desse controle para um dispositivo que é controlado também tanto quanto possível pela gerência externa ao processo imediato...” pág. 183


“... todo tipo de produção capitalista, na medida em que não é apenas um processo de trabalho, mas também um processo de criar mais-valia, tem isto em comum, que não é o operário que emprega os instrumentos de trabalho, mas os instrumentos de trabalho é que empregam o operário. Mas é apenas no sistema fabril que esta inversão pela primeira vez adquire realidade técnica e palpável. Pro meio de sua conversão num autômato, o instrumento de trabalho faz frente ao trabalhador., durante o processo de trabalho, na forma de capital, de trabalho morto, que domina e drena força de trabalho viva...”
Nota de rodapé pág. 196/197


“... A Teoria da automação dá esperança do desaparecimento total do trabalho desagradável, o reposicionamento dos trabalhadores levados da industria pelo progresso técnico a outras ocupações especializadas, e a transformação do homem no trabalho em uma espécie de demiurgo ou criador, fazendo e concebendo a maquina. Mas isto são abstrações de técnicos que a evolução concreta das sociedades capitalistas tem cruelmente contraditado desde o inicio deste século...” Notas de rodapé pág. 198


“... O ‘progresso’ do capitalismo parece apenas aprofundar o abismo entre o trabalhador e a máquina e subordinar o trabalhador cada vez mais resolutamente ao jugo da maquina...” pag. 199