18.2.02

O poder da identidade


A era da informação: economia, sociedade e cultura.

Volume 2

Manuel Castells

“... A identidade legitimadora dá origem a uma sociedade civil...” pág. 24.

“... exceto para a elite que ocupa o espaço atemporal de fluxos de redes globais e seus locais subsidiários, o planejamento reflexivo da vida torna-se impossível...” pág. 27.

“... Islã em árabe significa submissão, e em muçulmano é alguém que se submeteu à vontade de Alá...” pág. 30.

“... Como aponta Barssam Tibi, ‘o princípio da subjetividade de Harbermans é uma heresia para os fundamentalistas islâmicos’...” pág. 32.

“... São todas as ideologias fracassadas provenientes da ordem pós-colonial. (...) A revolução branca do xá, iniciada em 1963, foi uma das mais ambiciosas tentativas de modernizar a economia e a sociedade do país (...) foram minadas as estruturas básicas da sociedade tradicional, desde a agricultura até o calendário...” pág 33.

“... As raízes sociais do fundamentalismo radical parecem resultar da combinação entre a modernização bem-sucedida, conduzida pelo Estado nos anos 50 e 60, e fracasso da modernização econômica na maioria dos países mulçumanos durante os anos 70 e 80, uma vez que suas economias não conseguiram se adaptar às novas condições impostas pela concorrência global e a revolução tecnológica no período...” pág. 35.

“..A construção da identidade fundamentalista (Fundamentalismo cristão norte-americano) parece ser uma tentativa de reafirmação do controle sobre a vida e sobre o país, uma relação direta ao processo desenfreado de globalização que se faz cada vez mais presente na economia e na mídia.
Entretanto, provavelmente a causa mais importante do fundamentalismo cristão dos anos 80 e 90, é a reação contra o desafio ao patriarcalismo, fruto das revoltas da década de 60, e expresso pelos movimentos feminista, das lésbicas e dos gays...” pág. 43.

“... Via de regra, uma cultura não é o que as pessoas compartilham, mas sim algo pelo qual resolvem lutar...” (citando Eley e Suny) pág. 45.

“... um dos mais poderosos Estados da história da humanidade não conseguiu, mesmo depois de 74 anos, criar uma identidade nacional. (...) a experiência soviética desmente a teoria segundo a qual o Estado é capaz de construir identidade nacional por si próprio...” pág. 56

“... a infra-estrutura compartilhada, desde a rede elétrica ate os serviços de água e esgoto, tornam a desarticulação dos territórios da extinta U.R.S.S. muito dispendiosa, fazendo da cooperação um instrumento decisivo para o desenvolvimento...” pág. 59

“... É bem provável que nações desprovidas de Estados organizem-se em torno de comunidades lingüística...” pág. 66.

“... definirei nações (...) como comunidades culturais construídas nas mentes e memória coletiva das pessoas por maio de uma história e de projetos políticos compartilhados...” pág. 69.

“... a língua, principalmente uma língua plenamente bem desenvolvida, constitui um atributo fundamental de auto-reconhecimento, bem como de estabelecimento de uma fronteira nacional invisível em moldes menos arbitrários que os da territorialidade, e menos exclusivos que os da etnia...” pág. 70.

“... Sua identidade foi constituída a partir de um povo seqüestrado e escravizado, sob o controle da sociedade mais livre da época...” pág. 75 (sobre os negros nos Estados Unidos)

“... as pessoas resistem ao processo de individualização e atomização, tendendo a agrupar-se em organizações comunitárias que, ao longo do tempo, geram um sentimento de pertença e, em última análise, em muitos casos, uma identidade cultural, comunal...” pág. 79.

“... os indivíduos necessitam do apoio de grupos que carreguem consigo uma tradição moral capaz de reforçar suas próprias aspirações...” pág. 84 (citando Robert Bellah).

“... A constituição dessas comunas culturais (etnias) não é arbitrária, mas depende da forma de trabalhar a matéria-prima fornecida pela história, geografia, língua e ambiente. (...) Quando o mundo se torna grande demais para ser controlado, os atores sociais passam a ter como objetivo fazê-lo retornar ao tamanho compatível com que podem conceber. Quando as redes dissolvem o tempo e o espaço, as pessoas se agarram a espaços físicos, recorrendo à sua memória histórica...” pág. 85.

“... Devido ao fato de que os novos processos de dominação aos quais as pessoas reagem estão embutidos nos fluxos de informação, a construção da autonomia tem de se fundamentar nos fluxos reversos da informação. Deus, a nação, a família e a comunidade forneceram códigos eternos, inquebrantáveis, em torno dos quais uma contra-ofensiva será lançada contra a cultura da realidade virtual. A verdade eterna não pode ser virtualizada...” pág. 85.


“... Em vez de um ‘Grande Irmão’ opressor, tem-se uma série de ‘ irmãzinhas’ que procuram ser simpáticas , estabelecendo uma relação pessoal conosco por saberem quem somos e invadindo nossas vidas sob os mais variados aspectos...” pág. 305.

Nenhum comentário: