13.6.14

Planejamento e Mobilidade Urbana: a ocupação dos espaços públicos

Os ambientes públicos das metrópoles com grande frequência apresentam um certo caos. No entanto, por trás desta aparência encontram-se anos e anos de planejamento e esforços políticos. Mover-se nas cidades é um esforço que visa ser minimizado pelas políticas públicas para o transporte coletivo e privado. Uma das indústrias mais importantes para a economia do país é a automobilística. Temos assim um entrave, um gargalo político e econômico difícil de ser contornado e quase impossível de ser solucionado mesmo a médio ou longo prazo.
Prever como estarão as vias públicas (demais espaços) nos próximos cinco, dez, vinte ou cinquenta não é difícil, aplicar as medidas necessárias para o uso pleno destes equipamentos - incluindo as manutenções ou ajustes de emergência - é que apresenta uma série de dificuldades, posto que envolvem interesses díspares (e muitas vezes não tão sinceros). Como diria o filósofo: “ A política é arte do possível” e é com essa máxima sendo aplicada que se torna possível governar nas grandes metrópoles.
Ocupar os espaços públicos supõe fazer-se presente ali. Mas numa cidade os espaços públicos são ‘espaços de fluxos’. Administrar espaços públicos é, portanto, gerir espaços de movimento, coordenar fluxos de pessoas, objetos (carros, por exemplo) e informações. O desafio é fazer-se perceber como uma bússola a guiar os caminhos das pessoas e das coisas na cidade. Somos todos cidadãos e grande parte precisa confiar no poder público para trabalhar e gerar renda para si e para a grande comunidade que é a cidade.
Toda cidade precisa de um Plano Piloto que (na minha opinião deveria ter força de Lei) para desenvolver e preparar novas áreas para as mudanças e perspectivas vindouras. Administrar espaços públicos sugere o auxílio de muitas pessoas e ouvir as pessoas diretamente envolvidas no uso destes espaços é uma questão primordial. Para isso dispomos hoje de muitas possibilidades tecnológicas de comunicação que podem ajudar no desenvolvimento e na gestão coletiva de projetos. O cidadão envolvido em um projeto
urbano para a sua cidade terá muito mais comprometimento do que o cidadão que apenas vai às urnas a cada quadriênio. Promover uma política pública de gestão de espaços urbanos com intervenção e participação direta do cidadão trará benefícios duradouros para todas as áreas da cidade. Haverão críticas e muitos serão desagrados, a unanimidade sempre foi burra e isso só revelará a importância da participação política.
Existem muitos riscos no envolvimento de muitos elementos numa escala de poder de execução, mas se administrados com clareza e serenidade os problemas mais graves tenderão a serem abolidos e, com o tempo, restarão apenas os pequenos problemas, pois afinal somos humanos.

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